Descontos no ouro chinês atingem novos patamares; procura cresce na Ásia

Barrinhas de ouro e moedas sobre um mapa da Ásia, representando a demanda e os preços do ouro em diferentes países asiáticos.
Ouro na Ásia: queda histórica de preços na China enquanto Índia e Coreia do Sul mantêm demanda firme.

O mercado de ouro na China enfrenta um cenário desafiador em 2025, com descontos atingindo níveis mínimos em anos, enquanto outros centros asiáticos mantêm a demanda ativa. Esse fenômeno reflete mudanças nas preferências de investimento e destaca a complexidade do mercado de metais preciosos na região.

Descontos recordes na China

Em setembro de 2025, os revendedores de ouro na China ampliaram os descontos para atrair compradores, oferecendo preços US$31 a US$71 abaixo dos valores globais de referência.

Essa estratégia visa compensar a diminuição da demanda interna, que caiu para 85 toneladas em agosto, uma queda de 17 toneladas em relação ao ano anterior.

Analistas atribuem essa tendência à crescentemente atratividade do mercado de ações chinês, que oferece retornos rápidos, desviando investimentos do mercado de ouro. Além disso, a política monetária da China, liderada pelo Banco Popular da China (PBoC), tem se concentrado em apoiar a recuperação econômica por meio de ajustes baseados em dados, sem adotar estímulos agressivos.

Demanda resiliente em outros centros asiáticos

Apesar da desaceleração na China, outros mercados asiáticos continuam a demonstrar apetite por ouro.

  • Índia: as importações de ouro aumentaram para US$5,2 bilhões em agosto, o maior valor em nove meses, impulsionadas pela demanda sazonal durante festivais como o Dasara e Diwali.
  • Coreia do Sul: o mercado de metais preciosos está projetado para crescer a uma taxa anual composta de 5,13% entre 2025 e 2033, alcançando US$7,8 bilhões até 2033. Esse crescimento é impulsionado pela busca por segurança financeira em meio a incertezas econômicas.

Contexto geopolítico e monetário

A política monetária chinesa influencia diretamente a demanda por ouro, com o PBoC adotando uma abordagem equilibrada para o crescimento econômico e estabilidade financeira.

Além disso, a acumulação contínua de ouro pela China, com reservas atingindo 2.300 toneladas, reflete uma estratégia de diversificação e redução da dependência do dólar americano.

Conclusão

O mercado de ouro na Ásia em 2025 apresenta dinâmicas contrastantes: enquanto a China enfrenta desafios devido à diminuição da demanda interna e à atratividade do mercado de ações, outros centros asiáticos, como Índia e Coreia do Sul, mantêm uma demanda resiliente, impulsionada por fatores culturais e econômicos.

Essas tendências destacam a complexidade e a interconexão dos mercados de metais preciosos na região, exigindo análise cuidadosa para entender as forças que moldam o mercado global de ouro.

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