Líderes da Hungria e Eslováquia Criticam UE por Restrição ao Gás e Óleo Russo

Viktor Orbán, Robert Fico, Aleksandar Vučić e Andrej Plenković reunidos em cúpula europeia em 2024
Da esquerda para a direita: Aleksandar Vučić, Andrej Plenković, Robert Fico e Viktor Orbán durante cúpula europeia de 2024, discutindo políticas energéticas e cooperação regional.

Em um momento de crescente tensão energética e política na Europa, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, e o premiê da Eslováquia, Robert Fico, criticaram a União Europeia (UE) por seus planos de eliminar gradualmente o uso de petróleo e gás russos, acusando o bloco de impor decisões ideológicas sem considerar as realidades econômicas de cada país.

Dependência Energética Atual

A Hungria e a Eslováquia dependem fortemente do gás e petróleo russos, com importações que representam respectivamente 65% e 60% de suas necessidades totais. Outros países, como Alemanha (35%) e Itália (25%), já avançaram em diversificação, enquanto França (15%) mantém baixa dependência devido à energia nuclear.

Projeções de Importações Futuras

Especialistas estimam que, mantendo o ritmo atual de transição energética e diversificação de fornecedores, a dependência de gás russo na Europa Central poderá evoluir da seguinte forma até 2030:

País2025 (%)2027 (%)2030 (%)Observações
Hungria655035Gradual substituição por GNL e energias renováveis.
Eslováquia604530Diversificação parcial com GNL europeu e melhorias em eficiência energética.
Alemanha352510Conclusão de projetos de energia renovável e estoques estratégicos.
Itália25155Ampliação de importações de GNL e investimentos em solar e eólica.
França15105Continuidade de independência energética com fontes renováveis e nuclear.

Essas projeções indicam que países fortemente dependentes da Rússia terão que implementar mudanças estruturais significativas em apenas cinco anos, caso queiram reduzir a dependência a níveis seguros.

Cenários de Redução do Gás Russo

Para 2030, os analistas apontam três cenários possíveis de redução da dependência:

  1. Cenário Conservador – Redução lenta, com metas moderadas e contínua dependência de 30–40% do gás russo. Risco: impactos econômicos menores, mas vulnerabilidade geopolítica permanece.
  2. Cenário Moderado – Redução gradual para 15–25%, com diversificação de fornecedores e maior investimento em renováveis. Equilíbrio entre segurança energética e custo econômico.
  3. Cenário Acelerado – Redução agressiva para menos de 10%, exigindo forte investimento em infraestrutura de GNL, energias renováveis e estoques estratégicos. Vantagem: máxima independência; desafio: alto custo e necessidade de políticas coordenadas.

Conclusão

As críticas de Orbán e Fico ressaltam que a transição energética europeia é tanto um desafio econômico quanto político. Reduzir a dependência de gás russo até 2030 exigirá decisões estratégicas ousadas, investimento em tecnologia e infraestrutura, e cooperação entre Estados membros, para que a Europa alcance segurança energética, sustentabilidade e coesão política simultaneamente.

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