No dia 30 de setembro de 2025, o Ministério da Defesa do Brasil anunciou oficialmente a implementação de um modelo de comércio G2G (Governo a Governo) para as exportações de produtos de defesa. Essa estratégia visa fortalecer a Base Industrial de Defesa (BID) nacional, ampliando sua presença no mercado internacional e consolidando o país como um fornecedor confiável de soluções militares.
O Modelo G2G: Uma Nova Estratégia de Comércio
O modelo G2G permite que o governo brasileiro atue como intermediário direto nas negociações de exportação de produtos de defesa, oferecendo garantias adicionais de entrega e manutenção. Essa abordagem é especialmente relevante em indústrias sensíveis, como a de defesa, onde a confiança e a segurança são essenciais.
De acordo com o Ministério da Defesa, reuniões realizadas em setembro de 2025 com representantes das empresas Alada, Emgepron e Imbel discutiram ações conjuntas para viabilizar o modelo G2G, atendendo a solicitações de países interessados em estabelecer relações comerciais com o Brasil.
Produtos de Defesa Envolvidos
A estratégia G2G abrange uma ampla gama de produtos e serviços de defesa, incluindo:
- Aeronaves: O KC-390 Millennium, avião de transporte multimissão da Embraer, e o A-29 Super Tucano, utilizado para treinamento e missões de ataque leve.
- Navios: As fragatas da classe Tamandaré, desenvolvidas pela Emgepron, que representam um avanço significativo na capacidade naval brasileira.
- Sistemas de Armas: O sistema de lançadores múltiplos de foguetes Astros, desenvolvido pela Avibras, e o Veículo de Superfície Não Tripulado (VSNT) SUPPRESSOR, da Imbel, que está em fase de desenvolvimento.
Esses produtos destacam-se pela tecnologia avançada e pela capacidade de atender às necessidades específicas de defesa de diversos países.
Impacto Econômico e Crescimento do Setor
No primeiro semestre de 2025, as exportações de produtos e serviços de defesa do Brasil atingiram US$ 1,31 bilhão, representando 73,6% do total exportado em 2024. Esse desempenho reflete um crescimento significativo da indústria de defesa nacional, impulsionado por empresas como a Embraer, que sozinha respondeu por uma parcela considerável das exportações.
Esse crescimento tem gerado impactos positivos na economia brasileira, com a criação de empregos, o estímulo à inovação tecnológica e o fortalecimento da base industrial nacional.
Parcerias Estratégicas e Acordos Internacionais
A implementação do modelo G2G também está alinhada com os esforços do Brasil para expandir suas parcerias internacionais no setor de defesa. Em agosto de 2025, o Senado brasileiro ratificou um acordo de cooperação militar com o Barein, visando aprofundar a colaboração nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, intercâmbio de conhecimento, apoio logístico e aquisição de produtos e serviços de defesa.
Essas parcerias são fundamentais para o Brasil, pois permitem o acesso a novos mercados, tecnologias avançadas e fortalecem sua posição estratégica no cenário global.
Desafios e Perspectivas Futuras
Apesar dos avanços, o Brasil enfrenta desafios na implementação do modelo G2G, incluindo a necessidade de modernização das infraestruturas logísticas e a adaptação às exigências regulatórias internacionais. No entanto, a adoção desse modelo representa um passo importante para o país se consolidar como uma potência exportadora de defesa.
A continuidade dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, a capacitação da força de trabalho e o fortalecimento das parcerias internacionais serão essenciais para o sucesso dessa estratégia.
Conclusão
A adoção do modelo G2G pelo Brasil para as exportações de defesa é uma estratégia ambiciosa que visa fortalecer a indústria nacional, expandir sua presença no mercado internacional e aumentar sua competitividade no setor. Com parcerias estratégicas, investimentos em inovação e uma abordagem coordenada entre governo e empresas, o Brasil tem o potencial de se tornar uma potência significativa no mercado global de defesa.

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