Trump e Xi encerram reunião histórica na Coreia do Sul com acordos sobre comércio, energia e combate ao fentanil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aperta a mão do líder chinês, Xi Jinping, durante reunião em Busan, Coreia do Sul, em 30 de outubro de 2025.
O presidente Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping durante o encontro em Busan, Coreia do Sul, nesta quinta-feira (30), onde firmaram acordos comerciais e diplomáticos.

A reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, realizada nesta quinta-feira (30) em Busan, Coreia do Sul, marcou um novo capítulo nas relações entre Washington e Pequim. O encontro, descrito por Trump como “fantástico” e “produtivo”, resultou em avanços concretos em áreas comerciais e estratégicas, encerrando meses de tensões entre as duas maiores economias do mundo.

Acordos comerciais e alívio tarifário

Um dos principais resultados foi a redução parcial das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos chineses, especialmente nos setores de tecnologia e manufatura. Em troca, a China se comprometeu a retomar as compras em larga escala de soja e milho norte-americanos, além de garantir a continuidade das exportações de minerais raros — insumos essenciais para a indústria de semicondutores e para a transição energética global.

Trump afirmou que o entendimento “resolve disputas antigas e abre espaço para uma relação comercial mais equilibrada”. Já Xi Jinping destacou a necessidade de “coexistência pacífica e cooperação baseada em respeito mútuo”.

Combate ao fentanil e segurança global

Outro ponto de destaque foi o acordo sobre o combate ao tráfico de fentanil, substância que tem alimentado uma grave crise de overdose nos Estados Unidos. A China prometeu reforçar os controles sobre a produção e exportação de precursores químicos, além de cooperar com autoridades americanas para rastrear redes de tráfico internacional.

Fontes diplomáticas indicam que esse compromisso foi considerado por Washington como um gesto de boa vontade de Pequim, em meio a um cenário de rivalidade estratégica crescente.

Questões geopolíticas: Ucrânia e equilíbrio de poder

Durante o encontro, os dois líderes também discutiram temas sensíveis da agenda global, incluindo a guerra na Ucrânia e a estabilidade no Indo-Pacífico. Apesar de Taiwan não ter sido oficialmente abordado, diplomatas dos dois lados confirmaram que a questão segue sendo “um ponto de divergência silencioso”.

Trump ressaltou que os Estados Unidos “buscam paz através da força e do diálogo”, enquanto Xi insistiu na importância de evitar “novas divisões globais baseadas em blocos ideológicos”.

Reação internacional

Governos e mercados reagiram positivamente às primeiras declarações. Bolsas asiáticas e americanas registraram leve alta após o anúncio dos acordos, refletindo a expectativa de redução nas tensões comerciais. Analistas afirmam que o encontro simboliza uma reaproximação pragmática, impulsionada por interesses econômicos e pela necessidade de estabilidade global.

Para observadores políticos, o diálogo também reforça o papel da Coreia do Sul como mediadora regional, uma vez que o país sediou uma das reuniões bilaterais mais importantes de 2025.

Um novo rumo para as relações EUA-China?

Embora o encontro não signifique o fim da rivalidade estratégica, ele marca uma mudança de tom significativa nas relações entre Washington e Pequim. Trump, que busca consolidar sua imagem de negociador, parece apostar em acordos comerciais e de segurança como forma de equilibrar a competição com a China.

Xi, por sua vez, tenta projetar estabilidade e diplomacia, em um momento em que sua economia enfrenta desafios internos e crescentes pressões internacionais.

Conclusão

A reunião de Busan representa mais do que uma série de acordos pontuais: é um gesto de pragmatismo político entre dois líderes que reconhecem a interdependência entre suas nações. Se as promessas se concretizarem, o encontro poderá ser lembrado como um ponto de inflexão nas relações EUA-China, com reflexos diretos sobre a economia global e a segurança internacional.

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