Coreia do Sul alerta que ordem comercial global está em “ponto de inflexão” durante APEC 2025

Presidente Lee Jae‑Myung fala durante reunião comunitária com moradores em um centro de bem-estar em Paju, província de Gyeonggi, Coreia do Sul.
O presidente sul-coreano Lee Jae‑Myung participa de reunião comunitária com moradores em Paju, província de Gyeonggi, destacando políticas de bem-estar social e segurança na fronteira.

O presidente da Coreia do Sul, Lee Jae‑Myung, lançou um alerta sobre a estabilidade da ordem comercial global nesta quinta-feira (31), durante sua participação no APEC 2025 Summit, realizado na histórica cidade de Gyeongju. Segundo Lee, a região Ásia-Pacífico atravessa uma mudança estrutural profunda que poderá redefinir o fluxo do comércio mundial e o cenário econômico global.

Um momento crítico para o comércio global

Em seu discurso, Lee destacou que atualmente metade do comércio internacional e 61% do PIB mundial estão concentrados na região Ásia-Pacífico, tornando-a central para a economia global. “Estamos em um ponto de inflexão crítico”, afirmou o presidente, alertando que a volatilidade nas cadeias de suprimentos, tensões geopolíticas e mudanças nos padrões de investimento podem impactar significativamente a dinâmica econômica global.

Especialistas em comércio internacional observam que este alerta reflete uma preocupação crescente com a fragmentação econômica e o aumento do protecionismo em diversas regiões do mundo. A Ásia-Pacífico, que historicamente tem sido um motor de crescimento global, agora enfrenta desafios relacionados à desaceleração do comércio, à instabilidade política em algumas nações-chave e à competição tecnológica entre grandes potências.

Cooperação regional como chave para estabilidade

Lee Jae‑Myung enfatizou que a resposta a essas incertezas passa pela cooperação mais estreita entre os membros da APEC. “Precisamos fortalecer o diálogo, garantir a estabilidade das cadeias de suprimentos e promover políticas que incentivem o investimento sustentável na região”, disse o presidente sul-coreano.

Ele também destacou a importância de manter um ambiente de comércio livre e previsível, que permita aos países membros adaptar-se às transformações do mercado global sem comprometer a competitividade regional. O alerta de Lee sinaliza a necessidade de ações coordenadas, incluindo reformas em políticas comerciais, incentivo à inovação e maior integração econômica entre os países da Ásia-Pacífico.

Implicações para a economia global

O ponto de inflexão mencionado pelo presidente sul-coreano carrega implicações profundas para empresas e governos em todo o mundo. Economistas avaliam que interrupções no comércio e investimento regional podem afetar cadeias globais de produção, impactando setores como tecnologia, energia e manufatura.

Além disso, a crescente competição tecnológica, particularmente entre China, Japão e Coreia do Sul, combinada com tensões comerciais envolvendo os Estados Unidos, adiciona complexidade ao cenário. A cooperação dentro do APEC surge, portanto, como um mecanismo estratégico para prevenir choques econômicos e promover crescimento sustentável na região.

Desafios e oportunidades

Enquanto o alerta de Lee reflete desafios significativos, especialistas também identificam oportunidades. A Ásia-Pacífico possui mercados emergentes robustos, capacidade de inovação tecnológica e uma população economicamente ativa que pode impulsionar novos fluxos de investimento. O fortalecimento da integração econômica regional, políticas de infraestrutura e incentivos ao comércio digital podem ajudar a transformar o momento de incerteza em uma fase de crescimento estratégico.

Conclusão

O alerta do presidente sul-coreano Lee Jae‑Myung durante o APEC 2025 reafirma que a Ásia-Pacífico está no centro das atenções globais. O “ponto de inflexão” do comércio mundial demanda ações imediatas, cooperação regional e políticas sustentáveis que permitam à região manter sua relevância econômica e estabilidade global. À medida que governos e empresas monitoram essas mudanças, o futuro do comércio global dependerá, em grande medida, da capacidade dos países da Ásia-Pacífico de responder de forma coordenada aos desafios e oportunidades emergentes.

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