Brasil Avança no Mercado Global de Defesa com Modelo G2G

KC-390 Millennium da Embraer em voo no Paris Air Show 2019
KC-390 da Embraer exibido no Paris Air Show 2019, destacando sua capacidade de transporte multimissão.

No dia 30 de setembro de 2025, o Ministério da Defesa do Brasil anunciou oficialmente a implementação de um modelo de comércio G2G (Governo a Governo) para as exportações de produtos de defesa. Essa estratégia visa fortalecer a Base Industrial de Defesa (BID) nacional, ampliando sua presença no mercado internacional e consolidando o país como um fornecedor confiável de soluções militares.

O Modelo G2G: Uma Nova Estratégia de Comércio

O modelo G2G permite que o governo brasileiro atue como intermediário direto nas negociações de exportação de produtos de defesa, oferecendo garantias adicionais de entrega e manutenção. Essa abordagem é especialmente relevante em indústrias sensíveis, como a de defesa, onde a confiança e a segurança são essenciais.

De acordo com o Ministério da Defesa, reuniões realizadas em setembro de 2025 com representantes das empresas Alada, Emgepron e Imbel discutiram ações conjuntas para viabilizar o modelo G2G, atendendo a solicitações de países interessados em estabelecer relações comerciais com o Brasil.

Produtos de Defesa Envolvidos

A estratégia G2G abrange uma ampla gama de produtos e serviços de defesa, incluindo:

  • Aeronaves: O KC-390 Millennium, avião de transporte multimissão da Embraer, e o A-29 Super Tucano, utilizado para treinamento e missões de ataque leve.
  • Navios: As fragatas da classe Tamandaré, desenvolvidas pela Emgepron, que representam um avanço significativo na capacidade naval brasileira.
  • Sistemas de Armas: O sistema de lançadores múltiplos de foguetes Astros, desenvolvido pela Avibras, e o Veículo de Superfície Não Tripulado (VSNT) SUPPRESSOR, da Imbel, que está em fase de desenvolvimento.

Esses produtos destacam-se pela tecnologia avançada e pela capacidade de atender às necessidades específicas de defesa de diversos países.

Impacto Econômico e Crescimento do Setor

No primeiro semestre de 2025, as exportações de produtos e serviços de defesa do Brasil atingiram US$ 1,31 bilhão, representando 73,6% do total exportado em 2024. Esse desempenho reflete um crescimento significativo da indústria de defesa nacional, impulsionado por empresas como a Embraer, que sozinha respondeu por uma parcela considerável das exportações.

Esse crescimento tem gerado impactos positivos na economia brasileira, com a criação de empregos, o estímulo à inovação tecnológica e o fortalecimento da base industrial nacional.

Parcerias Estratégicas e Acordos Internacionais

A implementação do modelo G2G também está alinhada com os esforços do Brasil para expandir suas parcerias internacionais no setor de defesa. Em agosto de 2025, o Senado brasileiro ratificou um acordo de cooperação militar com o Barein, visando aprofundar a colaboração nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, intercâmbio de conhecimento, apoio logístico e aquisição de produtos e serviços de defesa.

Essas parcerias são fundamentais para o Brasil, pois permitem o acesso a novos mercados, tecnologias avançadas e fortalecem sua posição estratégica no cenário global.

Desafios e Perspectivas Futuras

Apesar dos avanços, o Brasil enfrenta desafios na implementação do modelo G2G, incluindo a necessidade de modernização das infraestruturas logísticas e a adaptação às exigências regulatórias internacionais. No entanto, a adoção desse modelo representa um passo importante para o país se consolidar como uma potência exportadora de defesa.

A continuidade dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, a capacitação da força de trabalho e o fortalecimento das parcerias internacionais serão essenciais para o sucesso dessa estratégia.

Conclusão

A adoção do modelo G2G pelo Brasil para as exportações de defesa é uma estratégia ambiciosa que visa fortalecer a indústria nacional, expandir sua presença no mercado internacional e aumentar sua competitividade no setor. Com parcerias estratégicas, investimentos em inovação e uma abordagem coordenada entre governo e empresas, o Brasil tem o potencial de se tornar uma potência significativa no mercado global de defesa.

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