A Nigéria, maior economia da África, apresentou um crescimento de 3,9% no primeiro semestre de 2025, impulsionado pelos setores de serviços, agricultura e petróleo. Esse desempenho positivo sinaliza uma recuperação gradual, mas ainda enfrenta desafios estruturais, como desemprego elevado e desigualdade regional, que podem limitar a sustentabilidade do crescimento. Especialistas destacam que políticas governamentais e investimentos estrangeiros serão fundamentais para consolidar esse avanço econômico.
Crescimento econômico e setores-chave
Segundo dados do Banco Mundial, a economia nigeriana expandiu 3,9% nos primeiros seis meses de 2025, refletindo uma retomada gradual após períodos de instabilidade econômica. Os setores que mais contribuíram foram:
- Serviços: Incluindo telecomunicações, finanças e comércio, este setor se beneficiou de políticas de incentivo à digitalização e simplificação de processos para empresas, gerando aumento de empregos formais e crescimento urbano.
- Agricultura: Investimentos em tecnologias modernas e programas de apoio a pequenos agricultores, como o Plano Nacional de Agricultura Sustentável (2025), aumentaram a produtividade e fortaleceram a segurança alimentar.
- Petróleo e gás: A produção de petróleo voltou a crescer, com preços internacionais favoráveis e investimentos em infraestrutura energética, embora o setor ainda represente vulnerabilidade econômica devido à dependência do mercado externo.
Indicadores econômicos complementares
- Inflação: 12,5% em setembro de 2025, ligeiramente abaixo do ano anterior, mas ainda alta para o poder de compra da população.
- Desemprego: 9,8%, com destaque para o desemprego juvenil, que atinge mais de 25% da população jovem.
- PIB per capita: Aproximadamente US$ 2.500, refletindo crescimento lento em termos de renda individual.
Especialistas enfatizam que essas estatísticas reforçam a necessidade de políticas inclusivas, capazes de distribuir os benefícios do crescimento econômico de forma mais equitativa.
Investimentos estrangeiros e políticas de incentivo
O crescimento econômico tem potencial para atrair investidores internacionais, especialmente em energia renovável, tecnologia e agricultura. O governo nigeriano implementou recentemente:
- Programa de Apoio a Startups e PMEs (2025): incentivos fiscais e linhas de crédito facilitadas para pequenas empresas.
- Plano de Infraestrutura Nacional: investimentos em transporte, energia e logística, para melhorar a competitividade.
Segundo o FMI, “a Nigéria demonstra capacidade de crescimento, mas precisa consolidar reformas fiscais e institucionais para garantir atração de capitais externos de longo prazo”.
Impacto internacional e regional
O desempenho da Nigéria influencia toda a economia africana. Países vizinhos e blocos econômicos regionais, como a CEDEAO, monitoram o crescimento nigeriano, que pode gerar aumento do comércio intra-africano e fortalecer cadeias de suprimentos regionais. Além disso, investidores globais avaliam a estabilidade da Nigéria como porta de entrada para o mercado africano, tornando políticas internas estratégicas para o continente.
Desafios estruturais
Apesar do crescimento, o país enfrenta desafios persistentes:
- Infraestrutura deficiente: Transportes, energia e logística continuam sendo gargalos.
- Dependência do petróleo: Embora o setor tenha crescido, a economia ainda é vulnerável a flutuações de preço internacionais.
- Desigualdade regional: Estados do norte enfrentam maiores índices de pobreza, o que pode gerar desequilíbrios sociais.
Especialistas recomendam diversificação econômica, investimento em educação e programas de inclusão social para tornar o crescimento mais resiliente.
Perspectivas para o segundo semestre de 2025
Com a continuidade de políticas de incentivo à produção agrícola, industrialização e apoio a startups, o crescimento pode superar 4% até o final do ano, consolidando a recuperação econômica e ampliando benefícios sociais.
Conclusão
O crescimento de 3,9% no primeiro semestre de 2025 mostra que a Nigéria está retomando seu ritmo econômico, impulsionada por serviços, agricultura e petróleo. No entanto, desafios estruturais e desigualdade regional exigem atenção contínua. A combinação de políticas públicas eficazes, investimentos estrangeiros e diversificação econômica será determinante para transformar esse crescimento em desenvolvimento sustentável e inclusivo.

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